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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Viagem de Brasília - DF para Capão da Canoa - RS

            Esta foi a minha primeira viagem de bicicleta e como tudo nesta nossa vida, a primeira vez que se faz uma determinada coisa, como não se tem experiência de nada, acabamos sofrendo um pouco em todos os sentidos...
             Comprei uma bicicleta KHS do meu irmão e ele comprou uma CANNONDALE e sem muito planejamento, apenas com um mapa e um roteiro, algumas peças de roupa, mas muita vontade de atravessar a metade do Brasil, do Centro Oeste ao Sul do país, colocamos nossas bicicletas na estrada no dia 03 de janeiro de 2004...
             Leia abaixo a transcrição completa da viagem...
 
DIÁRIO DE BORDO
 
03/Janeiro/2004 (sábado) – 1º dia:

Saímos de Brasília às 08:30 horas com tempo nublado, mas com sol. A turma toda nos acompanhou até o Posto Policial do Recanto das Emas. Foi todo mundo: a Iara (minha mãe), o Narcélio (um amigo), a “Neca” (minha irmã), o Jerson (meu cunhado), a Gislene (esposa do Jerson), a Jane (minha esposa), o Afonso e a Sheyva (meus filhos) e a Anita (minha cachorrinha)!!
Do Posto Policial, prosseguimos sozinhos, eu e meu irmão Emerson. Muito sol e muito calor até Alexânia. O pneu do meu irmão furou em Alexânia (em frente à uma borracharia). Quarenta minutos para arrumar! Durante o conserto do pneu, começou a chover (fraco). Saímos da borracharia com chuva, foi muito melhor do que o calor que estava! (prefiro a chuva!!).
Pedalamos com chuva até antes de passar-mos pelo “Gerivá”. Chegamos em Abadiânia com tempo nublado, às 17:30 horas.
Agora são 21:10 horas, já jantamos, nossas roupas estão secando no varal, chove lá fora (estamos no hotel, esqueci de escrever isso, he, he...).
Estamos assistindo novela e vamos dormir daqui à pouco. Pedalamos 130 Km hoje. Estou cansado!

 DADOS DO COMPUTADOR:

Velocidade Máxima: 52 Km/h.
Odômetro Geral: 132.8 Km.
Distância: 130.41 Km.
Tempo: 7 horas 6 minutos 51 segundos
Velocidade Média: 18.3 Km/h.

04/Janeiro/2004 (domingo) – 2º dia:

            Saímos de Abadiânia às 08:20 horas com tempo nublado. Tomamos café em uma padaria, pois no hotel não serviam café aos domingos. O sol abriu em alguns instantes, mas logo veio a chuva. Lanchamos em um posto de gasolina perto de Anápolis (uma senhora confundiu a bandeira do Rio Grande do Sul com a de Portugal).
Chegamos em Goiânia às 14:00 horas (com a chuva já acabando).
Nossa turma chegou junto com a gente; eles resolveram vir até Goiânia também, pois nesta capital temos o primo Robson que mora aqui e como vamos dormir na casa dele esta noite...
Logo abriu o sol, então eu, minha esposa, meu cunhado e a Mara (minha prima), fomos visitar o Tio João e a “Tutinha” parentes da minha esposa. Achei o “seu João” muito inchado (ele tem doença de chagas). Deus o abençoe!!
O Robson fez um churrasco à noite. Minha garganta está meio irritada. Acho que estou menos cansado do que ontem. Fui dormir às 23:30 horas.

DADOS DO COMPUTADOR:

Velocidade Máxima: 59,5 Km/h.
Odômetro Geral: 233.3 Km.
Distância: 100.46 Km.
Tempo: 4 horas 58 minutos 51 segundos
Velocidade Média: 20.1 Km/h.
 
05/Janeiro/2004 (segunda-feira) – 3º dia:

            Saímos de Goiânia às 08:30 horas. O Robson levantou cedo e preparou um café da manhã daqueles!
Quanto à jornada de hoje, foi a mais difícil até agora. Muito, mas muito calor mesmo! O tempo estava meio nublado mas completamente abafado. A estrada logo que sai de Goiânia está boa, mas logo ela fica horrível: acostamento muito precário e às vezes inexistente. Em dois ou três trechos, a estrada está em fase de duplicação; nestes momentos entrávamos na estrada “nova” que ainda não foi liberada para o trânsito (a viagem rende muito mais).
Chegamos em Morrinhos às 17:30 horas. Achei que não agüentaria chegar. Cansei muito mesmo, comecei a sentir dores musculares nas coxas e iniciou-se um quadro de resfriado.
Na hora em que eu e meu irmão fomos jantar, comprei Apracur e tomei dois comprimidos; espero que melhore. 

DADOS DO COMPUTADOR: 

Velocidade Máxima: 55 Km/h.
Odômetro Geral: 365.2 Km.
Distância: 131.77 Km.
Tempo: 7 horas 28 minutos 56 segundos
Velocidade Média: 17.6 Km/h.
 
 06/Janeiro/2004 (terça-feira) – 4º dia:
 
             Foi um dia de pedalada que não cansei. Asfalto precário, quase sem acostamento (duplicação interditada em um bom trecho do percurso). Um pouco antes de entrarmos na cidade de Itumbiara, o pneu do meu irmão furou. Às 16:30 horas chegamos na casa do Boaventura (um amigo) que ofereceu pernoite. 

DADOS DO COMPUTADOR: 

Velocidade Máxima: 48 Km/h.
Odômetro Geral: 464.5 Km.
Distância: 99.24 Km.
Tempo: 5 horas 44 minutos 28 segundos
Velocidade Média: 17.3 Km/h.

07/Janeiro/2004 (quarta-feira) – 5º dia:
 
          Pela manhã tomamos café com a família do Boaventura, batemos umas fotos e o “Boa” (apelido), foi nos levar até a BR-153, também de bicicleta, (fizemos um “tour” por Itumbiara na saída), cidade bem bonita com um “baita” rio e uma ponte que foi construída em 1908!!
Seguimos viagem com tempo bem nublado (uma beleza)!! Quando estávamos à mais ou menos 25 Km de Itumbiara o meu irmão consertou a câmara de ar em uma borracharia. Mais uns 20 Km para frente furou o pneu da minha bicicleta (um prego!!) – o primeiro furo da viagem!... Consertamos o pneu no “Trevão”, onde tem um posto grande e um pequeno vilarejo. Deste posto falei com a Jane e um pouquinho com a mãe; almoçamos e tocamos viagem. Faltavam 50 Km para Prata, nosso pouso.
Depois de 3Km do “Trevão”, acabou o acostamento, tivemos que prosseguir pela pista, foi o momento da viagem em que fiquei mais tenso e confesso senti um certo medo em alguns momentos. Muitos caminhões, alguns deles passando bem pertinho da gente. (foi terrível !). Fomos assim até quase chegar em Prata (sem acostamento). Muito calor pela tarde (sol) e muita subida!!
Passamos por um pessoal do Exército antes de chegarmos em Prata. Tomamos banho de piscina quando chegamos no hotel, muito bonito por sinal... Para registro, chegamos na cidade às 18:15 horas. 

DADOS DO COMPUTADOR: 

Velocidade Máxima: 50.5 Km/h.
Odômetro Geral: 587.2 Km.
Distância: 122.66 Km.
Tempo: 7 horas 53 minutos 38 segundos
Velocidade Média: 15.5 Km/h.
 
08/Janeiro/2004 (quinta-feira) – 6º dia: 

Saímos de Prata às 08:45 horas com tempo nublado e até um pouco frio. Batemos algumas fotos na saída. Até agora foi o dia mais tranqüilo da viagem. O tempo ficou nublado até chegarmos em Frutal, bem melhor sem o sol nos torrando, pois mesmo com proteção solar “é brabo” !
O pai do Boaventura é motorista de ônibus, encontramos com ele em Itumbiara e no dia que saímos daquela cidade, ele foi fazer uma linha para São Paulo (em uma cidade do interior) e passou por nós ontem. Hoje ele passou por nós, já voltando; parou o ônibus na estrada e nos presenteou com quatro copos de água mineral bem gelada. VALEU PAI DO “BOA” !!!
Chegamos em Frutal às 16:00 horas bem descansados, embora tenhamos pedalado 108 Km hoje, pois a maior parte do tempo tivemos o relevo ao nosso favor com algumas subidas leves apenas.
Quando chegamos na cidade, depois de hospedarmo-nos (caramba hein!! O cara arrebentou no português, fala aí !!) no “Hotel Goiano”, fomos tomar um sorvete. Jantamos lasanha e salada. 

DADOS DO COMPUTADOR: 

Velocidade Máxima: 52.5 Km/h.
Odômetro Geral: 695.4 Km.
Distância: 108.12 Km.
Tempo: 5 horas 51 minutos 22 segundos
Velocidade Média: 18.5 Km/h.

09/Janeiro/2004 (sexta-feira) – 7º dia

            Saímos de Frutal com excelente tempo (nublado), às 08:05 horas. A parte da manhã rendeu muito. Atravessamos a divisa de estado Minas Gerais/São Paulo às 11:35 horas, depois de 52 Km de pedaladas. Fizemos uma parada do outro lado da ponte, que divide os dois estados. Daí para frente acabou o acostamento e às 12:18 horas a chuva veio forte. Muitos caminhões. Perdi o controle da bicicleta, pois havia um “degrau” (entre pista e acostamento) muito alto; o pneu da frente caiu no “degrau” e escorregou na lama, em conseqüência caí, me apoiando com a mão direita no chão. O meu calcanhar direito raspou no asfalto, pois a sandália já havia arrebentado; o guidão bateu com o lado direito no chão quebrando o espelho direito e rachando o bar-end direito; o bar-end esquerdo entortou. Como caí no meio da pista, me levantei rapidamente e fui para o acostamento para sair do caminho dos caminhões e avaliar os danos. Com a Bike foi o que aconteceu; comigo, por incrível que pareça, não houve nada (nem um arranhão!!). O meu irmão não viu nada pois estava à mais ou menos uns quarenta metros à frente. Agradeço à Deus por ter me guardado neste momento...
Prosseguimos com chuva forte e sem acostamento por mais 30 Km, depois a estrada ficou boa e a chuva ficou fraca. Chegamos no hotel em São José do Rio Preto, às 16:50 horas.
Costurei minha sandália à noite. 

DADOS DO COMPUTADOR: 

Velocidade Máxima: 43 Km/h.
Odômetro Geral: 816.8 Km.
Distância: 121.25 Km.
Tempo: 6 horas 49 minutos 29 segundos
Velocidade Média: 17.8 Km/h.

10/Janeiro/2004 (sábado) – 8º dia: 

             Saímos de São José do Rio Preto às 09:10 horas, um pouco mais tarde, pois o café da manhã do “Hotel Nacional Plaza Inn”, estava muito bom!
             O tempo estava nublado, mas logo abriu. 15 Km depois de São José do Rio Preto o acostamento acabou, tivemos que passar para o outro lado da pista (na contra-mão) e por várias vezes tivemos que “literalmente” entrar no mato e parar por causa dos caminhões (nossos inimigos). Depois que passamos pelo Rio Tietê o asfalto ficou bom e o acostamento voltou a aparecer, mas só por uns 5 Km, depois voltou como antes.
             Paramos em um posto de gasolina para lanchar (a cada duas horas de pedaladas) e encontramos um senhor que estava indo de bicicleta “Barra Circular” (bem velhinha) com um monte de sacos e tralhas. A viagem do homem: de Marília – SP ao Pará. Batemos um papo e ele seguiu viagem e nós também.
20 Km antes de chegarmos em Lins o meu pneu traseiro furou pela segunda vez, bem em frente à um acampamento do “MST” (Movimento dos Sem Terra); juntou um monte de crianças enquanto trocamos a câmara de ar. Arrumamos a câmara furada em um posto e chegamos em Lins às 18:30 horas. Antes de entrarmos na cidade, tomamos 1 litro de caldo-de-cana cada um !! (é verdade !!). Encontramos um ciclista chamado Eduardo, já dentro da cidade, batemos um papo com ele e fomos para o hotel. 

DADOS DO COMPUTADOR: 

Velocidade Máxima: 45 Km/h.
Odômetro Geral: 943.3 Km.
Distância: 126.36 Km.
Tempo: 7 horas 36 minutos 31 segundos
Velocidade Média: 16.6 Km/h.

11/Janeiro/2004 (domingo) – 9º dia: 

            Saímos de Lins às 08:50 horas com um sol fortíssimo que nos acompanhou o dia inteiro. Liguei para a Jane 10 Km depois de Lins para desejar boa sorte na prova para a Polícia Rodoviária Federal. Mais 10 Km à frente o pneu do meu irmão furou novamente; ainda bem que tinha a sombra de uma árvore por perto, UFA!!...
Tocamos viagem com muita subida e muito calor (derretemos literalmente!). Paramos em um posto de gasolina onde tinha uma churrascaria e boa sombra, mas nada de churrasco, só o nosso lanche habitual. Neste lugar tive que trocar a bagagem do alforge esquerdo para o direito e vice-versa, pois o do lado esquerdo estava quase pegando nos raios (resolveu!). Meu irmão consertou a câmara de ar e prosseguimos. Nota: mais ou menos uns 14 Km após sairmos de Lins, o acostamento “findou-se” (parece que o pessoal de SAMPA não gosta deles, he, he!!).
Faltando uns 10 Km para Marília paramos em uma “birosca” na beira da estrada, para tomarmos um caldo-de-cana; havia uns policiais rodoviários parados por ali. Conversamos um pouco com eles, que acabaram nos indicando um bom e barato hotel em Marília; falou pessoal da Polícia Rodoviária!! Chegando em Marília, paramos em um posto de gasolina para tomarmos um “Gatorade”, (estava calor!).
O meu “firma-pé” do lado direito caiu, quando chegamos no hotel consegui arrumá-lo. Ficamos em um hotel ao lado da BR.
Nota: quando o relógio marcou 14:00 horas rezei bastante para a minha esposa (prova/polícia) e ao mesmo tempo comemorei bastante no meio da estrada pois neste mesmo horário fechamos 1000 Km de viagem!! 

DADOS DO COMPUTADOR: 

Velocidade Máxima: 47.5 Km/h.
Odômetro Geral: 1.019.7 Km.
Distância: 76.04 Km.
Tempo: 5 horas 04 minutos 56 segundos
Velocidade Média: 15 Km/h. 

12/Janeiro/2004 (segunda-feira) – 10º dia:
 
            Saímos de Marília às 08:30 horas com sol forte. Durante a noite no hotel passei mal (diarréia), tomei dois comprimidos de Imosec. Pela manhã ainda estava ruim, tomei mais três comprimidos, quase não tomei café no hotel. Durante as primeiras horas da manhã, meu estômago começou a doer (foi horrível), a viagem não rendeu. Os poucos postos de gasolina que existem entre Marília e Ourinhos, não vendem “Sonrizal”, acabei tomando uma água tônica que ajudou bastante.
            Às 14:55 horas o pneu do meu irmão esvaziou (problemas na válvula). Quando ele estava recolocando a roda traseira no lugar, quebrou o eixo traseiro “blocagem” (muita força aplicada “eu acho”). Ficamos desesperados, revoltados, chateados, etc... Estávamos “no meio do nada”. Tiramos tudo de dentro dos alforges do meu irmão e acondicionamos na minha bagagem do jeito que deu e começamos a empurrar as bicicletas pela estrada. Deus é muito bom. Não demorou nem quinze minutos e passou um gol de uma companhia elétrica de Ourinhos, o carro tinha um bagageiro grande em cima (desses de levar escadas para subir em postes), fizemos sinal e o cidadão parou para nos socorrer. Depois de explicar à ele a situação, o mesmo concordou de imediato em nos ajudar. Colocamos a bicicleta do meu irmão no bagageiro e toda a nossa bagagem no porta-malas do carro. Meu irmão prosseguiu até Ourinhos no carro e eu pedalei (sem carga) por 37 Km até chegar na cidade. Chegando lá o “mano” já havia consertado a sua bike e veio me esperar na chegada. Agradeço ao pessoal da Companhia de eletricidade de Ourinhos pelo apoio prestado, infelizmente não lembro do nome deste personagem que teve um importante papel na nossa viagem.
              Nota: cheguei às 17:30 horas. 

DADOS DO COMPUTADOR: 

Velocidade Máxima: 49 Km/h.
Odômetro Geral: 1.125.7 Km.
Distância: 105.88 Km.
Tempo: 7 horas 15 minutos 18 segundos
Velocidade Média: 14.5 Km/h. 

13/Janeiro/2004 (terça-feira) – 11º dia:
 
           Partimos de Ourinhos às 09:30 horas, já bem tarde pois tivemos que esperar que o Correio abrisse para despachar a sapatilha e algumas roupas do meu irmão e o meu celular com o carregador, pois o celular à cartão não funciona mais por aqui. Logo na saída da cidade cruzamos a divisa de estados São Paulo/Paraná; um rio muito bonito e grande divide os dois estados neste ponto. Logo que entramos no Paraná o asfalto ficou muito bom e com acostamento. Muitas plantações de cana-de-açucar; o sol estava “torrante”, mesmo passando muita proteção solar, nos queimamos um pouco.
Em determinados momentos, borboletas nos acompanhavam, voando em volta das bikes, muito legal! Tivemos um dia com muitas subidas, pois tudo o que descemos até agora, estamos subindo de novo porque a altitude de Ponta Grossa é de 969 metros acima do nível do mar, enquanto que a de Brasília é de 1.171 metros, uma diferença muito pequena!
Foi um dia cansativo mas sem problemas com as bikes. Nos últimos 30 Km o asfalto piorou bastante nos atrasando muito. Avistamos a primeira Araucária já quase na chegada em Siqueira Campos (cidade do nosso pernoite neste 11º dia de aventura). Ficamos em uma pousada bem ao lado da rodovia (PR 092), pois abandonamos a BR 153 faltando 45 Km para chegarmos até aqui. Ficamos em quartos separados com direito à “Café Colonial” pela manhã, (uma tradição aqui na Região Sul). Tudo o que você possa imaginar de comidas e bebidas é o que compõe o cardápio de um bom Café Colonial, inclusive vinho! 

DADOS DO COMPUTADOR: 

Velocidade Máxima: 48 Km/h.
Odômetro Geral: 1.240.5 Km.
Distância: 114.80 Km.
Tempo: 7 horas 32 minutos 01 segundo
Velocidade Média: 15.2 Km/h. 

14/Janeiro/2004 (quarta-feira) – 12º dia:
 
           Partimos de Siqueira Campos às 08:40 horas com tempo quente, algumas nuvens mas muito agradável. A noite passada me deu uma saudade muito grande da minha esposa e dos meus filhos, adoro aqueles três!
Pegamos estrada ruim o dia inteiro, muito buraco e acostamento péssimo. Chegamos em Jaguariaíva às 15:30 horas. Nos hospedamos em um hotel que mais parece uma casa, (apartamentos no térreo – um ao lado do outro), com “quintal” e tudo! Lavamos nossas roupas e demos um trato nas bicicletas (lavamos toda a “relação” – catraca e pedivela com querosene), depois demos um banho nas “mulas”, com sabão e tudo, elas merecem depois de mais da metade da viagem ter sido completada! Uma lubrificada legal e estavam prontas para a outra metade da jornada. Como já mencionei, o hotel nos deu condições para que pudéssemos realizar esta manutenção, creio que o ideal seria de 7 em 7 dias. 

DADOS DO COMPUTADOR: 

Velocidade Máxima: 42 Km/h.
Odômetro Geral: 1.326.6 Km.
Distância: 86.10 Km.
Tempo: 5 horas 46 minutos 52 segundos
Velocidade Média: 15 Km/h. 

15/Janeiro/2004 (quinta-feira) – 13º dia:
 
           A roda dianteira da minha bicicleta começou a engolir os kilômetros da estrada às 08:25 horas saindo de Jaguariaíva. Começamos logo com pista muito boa. Quando chegamos em um vilarejo chamado “Boa Vista da Vassoura”, a pista duplica-se e continua assim até Florianópolis – SC.
Passamos por paisagens que parecem ter sido tiradas dos filmes norte-americanos (grandes vales com plantações de pinheiros e rios com pedras e corredeiras cortando por entre os vales), muito lindo! Começou a aparecer pelo caminho, muitas pedras, pedras enormes, pois estamos nos aproximando do Parque Estadual de Vila Velha, que fica à 26 Km depois de Ponta Grossa, com formações rochosas de cerca de 350 milhões de anos!!
Principalmente no estado de São Paulo, mas também no Paraná, pude observar que “nas margens” dos acostamentos brotam pés de milho. Os grãos caem dos caminhões “aos montes” quando estão sendo transportados; alguns ficam no acostamento, mas os que dão sorte encontram a terra e a vida! Acredito que grande parte da safra de grãos é desperdiçada desta maneira. Encontramos também em todos esses dias de viagem, até aqui, muitos animais mortos nas rodovias: Gambás, cobras, tatus, pássaros, cachorros, gatos, lobos, gado, etc... O vencedor de todos foi o Tatu!
Chegamos em Ponta Grossa  às 17:10 horas, dormimos por aqui esta noite. 

DADOS DO COMPUTADOR: 

Velocidade Máxima: 50 Km/h.
Odômetro Geral: 1.451.7 Km.
Distância: 126.38 Km.
Tempo: 7 horas 45 minutos 54 segundos
Velocidade Média: 16.2 Km/h. 

16/Janeiro/2004 (sexta-feira) – 14º dia: 

            Botamos o pé na estrada às 08:40 horas, saindo de Ponta Grossa com tempo nublado com o sol aparecendo às vezes. Pedalamos o dia todo com muitas subidas. 26 Km depois de Ponta Grossa, passamos pela entrada do Parque Estadual de Vila Velha. Fiquei emocionado pois pude avistar ao longe a formação rochosa “A Taça”; estive ao lado dela com o meu pai quando eu ainda tinha apenas nove anos de idade. Mais à frente vi uma coisa inacreditável: um filhote de jacaré. Ele estava em um “banhado” na beira da estrada; quando passamos ele saiu correndo subindo um pequeno barranco e sumiu nas moitas. Ele era maior que o guidão da minha bicicleta! Fiquei impressionado e o meu irmão nem viu o bicho !!
Vimos muitas hortências pelo caminho, muitas mesmo! Existem muitas nascentes de água potável na beira da estrada neste trecho e muitos rios, quase um ao lado do outro!!
Chegamos na capital do Paraná às 17:30 horas. Depois de nos instalarmos em um hotel, fomos dar um passeio pela cidade. Curitiba é um exemplo de capital para todo o mundo: tudo muito organizado, moderno, limpo, povo educado, uma cidade modelo. 

DADOS DO COMPUTADOR: 

Velocidade Máxima: 44 Km/h.
Odômetro Geral: 1.575.6 Km.
Distância: 123.91 Km.
Tempo: 7 horas 49 minutos 40 segundos
Velocidade Média: 15.8 Km/h. 

17/Janeiro/2004 (sábado) – 15º dia: 

           Abandonamos Curitiba, capital do Paraná, às 08:50 horas, com tempo parcialmente nublado e um vento frio. O sol esquentou logo em seguida e a estrada foi nos levando para mais perto do litoral, com subidas leves e algumas descidas. Muitas motos passaram por nós, de todos os tipos... Carros de argentinos, bugres, jipes carregando pranchas de Surf (é a galera rumo ao mar!!). Hoje passamos por um porco-espinho morto no acostamento (mais um bicho para a lista!). Pedalamos por 73 Km depois de Curitiba até chegarmos na descida da Serra do Mar. Quando começamos a descer, foram 15 Km de descida vertiginosa (sem pedalar uma só vez, só segurando no freio); o visual é fantástico, os morros, os rios com água bem corrente entre pedras, etc...
Ultrapassamos dois caminhões na descida, pois eles vão bem devagar. Depois da serra vem algumas subidas bem pequenas e continuamos a descer bastante durante muito tempo, até praticamente a chegada em Joinville. Esta é uma cidade totalmente diferente; é uma colônia alemã e todas as construções da cidade são no estilo deste povo. Na entrada para a cidade existe um moinho e o próprio “pórtico” (construção feita na entrada de uma cidade, com o nome da mesma e com desejos de boas vindas), te dá a impressão de que você está entrando em uma vila medieval. Chegamos em Joinville às 17:15 horas.
Espero que os próximos dias e últimos desta nossa viagem transcorram em paz, que Deus nos ilumine e guie nossas bikes com segurança e não aconteça mais nenhuma quebra! 

DADOS DO COMPUTADOR: 

Velocidade Máxima: 52 Km/h.
Odômetro Geral: 1.714.9 Km.
Distância: 139.28 Km.
Tempo: 7 horas 12 minutos 11 segundos
Velocidade Média: 19.3 Km/h. 

18/Janeiro/2004 (domingo) – 16º dia: 

            Largamos o pé no pedal às 08:37 horas, saindo de Joinville com um tempo bem nublado. Na saída do hotel, a dona nos deu um terço para cada um, abençoado pelo padre daquela comunidade; coloquei o meu no guidão da bike. A chuva não demorou a cair, veio bem fraca, era mais uma garoa. Colocamos as capas de chuva, mas São Pedro viu e resolveu “desligar” a chuva só de brincadeira; (tiramos as capas...). Mais uns 5 Km e começou a garoa de novo, daí resolvemos que iríamos era sem capa mesmo (ora que coisa!). Mas logo ela foi embora de vez e veio o sol. O dia de hoje foi uma pedalada de mais ou menos 80% de terreno plano, em conseqüência tivemos um rendimento muito bom. Paramos no Posto Sinuello, onde existe uma réplica de uma Caravela da época do descobrimento do Brasil, batemos fotos é claro...
Quase chegando em Balneário Camboriú, paramos para fazer uma ligação para casa, (um alô para o pessoal). Neste trecho da estrada (mais ou menos 20 Km antes de “Camboriú”) existe uma lanchonete chamada “Mundo das Placas”, todo o estabelecimento é coberto por mais de 30.000 placas de carro do mundo inteiro!! Muito legal! Esta loja saiu até no “Guiness Book” – o Livro dos Récordes.
Às 12:05 horas avistamos o Oceano Atlântico à nossa esquerda, quando passávamos na cidade de Barra Velha – SC. Conseguimos chegar cedo em Balneário Camboriú (15:30 horas). Nos instalamos em um hotel barato, pois estava tudo lotado (alta temporada), e em seguida fomos para a praia tomar um banho de mar. Eu e meu irmão demos uma volta pela cidade, fizemos um lanche, assistimos a um show de música ao vivo (na beira da praia) de um grupo de índios peruanos, compramos algumas frutas para o dia seguinte e fomos para o hotel felizes da vida!...  

DADOS DO COMPUTADOR: 

Velocidade Máxima: 45 Km/h.
Odômetro Geral: 1.821.7 Km.
Distância: 106.74 Km.
Tempo: 5 horas 19 minutos 18 segundos
Velocidade Média: 20.1 Km/h. 

19/Janeiro/2004 (segunda-feira) – 17º dia: 

            Botamos as bikes na estrada, saindo do “Hotel Dinamarca”, às 08:40 horas, depois de tomarmos café em uma padaria próxima. Dia de sol e chuva fraca, muito nublado no início. Passamos por um túnel chamado “Túnel do Morro do Boi”, com 1 Km de extensão por dentro do morro, muito bacana!! Mais adiante paramos em uma praia que fica atrás de um posto da Polícia Rodoviária Federal para batermos umas fotos, lugar muito bonito. Alguns kilômetros depois fizemos um lanche embaixo de um avião japonês do ano de 1966, o ZX11, um avião comercial que foi transformado em uma pizzaria.
Foi um dia de kilometragem razoavelmente alta mas sem muito esforço, pois esta região do litoral é bastante plana. Quando chegamos em Florianópolis eram 13:00 horas, muito cedo para pararmos; eu e meu irmão resolvemos então alterar o roteiro e seguir viagem até “Guarda do Embaú” (42 Km depois da capital); chegamos lá por volta das 16:00 horas; Guarda do Embaú é uma praia bem pequena mas muito linda, com ilhas, pedras na praia, morros, etc... Batemos muitas fotos bonitas por ali; muitos hippies, argentinos, americanos, nós, uma mistura de turistas...
Para registro: o meu pneu traseiro furou pela terceira vez quando estávamos passando por Florianópolis. Consertamos em uma borracharia antes mesmo de sairmos da cidade.
Saudade de casa... 

DADOS DO COMPUTADOR: 

Velocidade Máxima: 42.5 Km/h.
Odômetro Geral: 1.949.5 Km.
Distância: 127.77 Km.
Tempo: 6 horas 58 minutos 32 segundos
Velocidade Média: 18.3 Km/h. 

20/Janeiro/2004 (terça-feira) – 18º dia: 

            Nos atiramos na estrada às 11:10 horas da manhã, dia em que saímos mais tarde, mas foi por uma boa causa: resolvemos fazer um passeio ecológico pelo litoral da região registrando em fotos a beleza que os nossos olhos viam. Valeu!! Deixamos para trás uma das praias mais bonitas que já conheci (Guarda do Embaú – SC).
           O tempo estava fechadão com chuva fina e rajadas de vento Leste. Acostamento precário. Às vezes a chuva passava e abria um sol tímido, mas logo a chuva nos lembrava que o dia era dela! O pneu traseiro do meu irmão furou hoje, a sorte é que na hora a chuva esqueceu de nós. Faltando uns 25 Km para chegarmos em Laguna, nosso ponto de pouso para esta terça-feira (20 de Janeiro), o acostamento ficou melhor e o terreno mais plano, conseguimos manter uma velocidade constante de 30 a 34 Km/h, com isso tivemos o melhor rendimento “parcial” da viagem até o momento. Meu irmão e eu achávamos que fôssemos pegar noite na estrada, pois saímos tarde, mas conseguimos entrar no acesso para Laguna às 17:00 horas. Pedalamos dentro da cidade por mais 11 Km até chegarmos no hotel, mas valeu à pena, do nosso quarto tínhamos uma vista maravilhosa do mar, pois o “Hotel Beira Mar” fica ... (não precisa nem dizer).
           Muito frio e chuva fina à noite. Liguei para minha esposa para desejar boa viagem para ela, para meus filhos e para minha mãe, (eles saem de Brasília amanhã bem cedo, para nos encontrar em “Torres” na quinta-feira). Que Deus abençoe a nossa galera!
           Para registro: Ultrapassamos hoje os 2.000 Km !!! 

DADOS DO COMPUTADOR: 

Velocidade Máxima: 43 Km/h.
Odômetro Geral: 2.041.5 Km.
Distância: 92.02 Km.
Tempo: 4 horas 54 minutos 43 segundos
Velocidade Média: 18.8 Km/h. 

21/Janeiro/2004 (quarta-feira) – 19º dia: 

            Apontamos nossas rodas dianteiras para o Sul, partindo de Laguna às 09:50 horas com tempo extremamente fechado e chuva fina. Já saímos de capa de chuva e pedalamos com elas por mais de 20 Km até tirarmos. Neste momento a chuva parou. Daí para frente até chegarmos em “Rincão”, (nosso próximo pouso), o tempo ficaria completamente nublado. Não vimos o sol hoje !!
Depois de 38 Km de jornada, encontramos dois ciclistas (gaúchos também), estavam viajando de Porto Alegre para Florianópolis; conversamos na estrada por mais ou menos meia hora, trocamos bastante idéias, telefones, e-mails e tiramos algumas fotos. Levavam até barraca (a viagem fica mais econômica), uns caras legais. Valeu “irmãos do pedal” !!
Continuamos com um acostamento bem ruim, até a duplicação da estrada 11 Km antes de “Içara-SC”. Tivemos algumas subidas leves e conseguimos chegar em Rincão às 15:50 horas. A cidade lembra muito Capão da Canoa (praia do Rio Grande do Sul) – nosso destino final nesta viagem. O litoral é bem reto, existe uma Plataforma Continental na praia, as casas são parecidas com as dos Estados Unidos (muros bem baixinhos e casas muito bonitas).
Consegui falar com a nossa família que vem ao nosso encontro; eles estão em Wenceslau Braz – PR e estão bem.
Que Deus nos guarde a todos nestes momentos finais desta grande aventura. 

DADOS DO COMPUTADOR: 

Velocidade Máxima: 46 Km/h.
Odômetro Geral: 2.135.6 Km.
Distância: 93.87 Km.
Tempo: 4 horas 43 minutos 55 segundos
Velocidade Média: 19.8 Km/h. 

22/Janeiro/2004 (quinta-feira) – 20º dia: 

            Nos “bandeamos” para o lado de Torres saindo de Rincão às 08:50 horas com sol, tempo bem aberto e bastante calor, (o oposto do dia de ontem). Em uma de nossas paradas para o lanche, em um posto de gasolina, encontrei um amigo de Brasília (Dulôr e sua esposa) estavam voltando do interior do nosso Rio Grande do Sul para o Centro-Oeste, meu irmão bateu uma foto nossa. Muitas subidas (leves mas chatas), pois pegamos muito vento contra. Acostamento razoável com alguns calombos e buracos pequenos. Encontramos um cara dos Correios em “outro posto de gasolina”, ele é cicloturista também e pedala por locais desertos, (fora das rodovias), parece ser legal, menos perigoso talvez...
Cruzamos a divisa de estados de Santa Catarina com o Rio Grande de Sul às 15:30 horas, (fotos e muita emoção)...
Chegamos em Torres às 16:00 horas, com tempo bom e bem antes do “pessoal”. Nossa família chegou na cidade às 19:40 horas, eu e meu irmão já tínhamos até tomado banho de mar !!
Demos uma volta na cidade à noite, lanchamos e fomos dormir às 23:30 horas. 

DADOS DO COMPUTADOR: 

Velocidade Máxima: 39 Km/h.
Odômetro Geral: 2.248.1 Km.
Distância: 112.51 Km.
Tempo: 5 horas 34 minutos 15 segundos
Velocidade Média: 20.2 Km/h. 

23/Janeiro/2004 (sexta-feira) – 21º dia: 

Último dia de nossa viagem” !!!
            Abandonamos Torres às 10:00 horas e pegamos a “Estrada do Mar” ou “Interpraias”, como é chamada esta estrada litorânea aqui no Sul.
Nossa família ficou em Torres para curtir a praia até mais tarde.
A Estrada do Mar é reta, não tem nenhuma subida ou descida, um asfalto maravilhoso!! Pegamos um vento moderado vindo do mar (leste/oeste); foi uma pedalada “tranquilíssima” e posso afirmar: foi um (passeio ciclístico). Todos os momentos difíceis que passamos durante estas três semanas, foram compensados no dia de hoje. Não tivemos esforço praticamente nenhum. No início, nos entusiasmamos e fizemos uma puxada forte, girando nos 30 - 33Km/h, quando chegamos na metade do caminho (35 Km), ligamos para o pessoal e eles ainda estavam em Torres, na praia... Resolvemos então fazer uma parada em um “bulicho” (venda, birosca...), na beira da estrada e fazer um lanche, pois faltavam apenas 30 Km para Capão da Canoa e a nossa idéia era de chegarmos todos juntos na casa do meu tio.
Deste momento em diante fomos bem devagar, esperando “a turma”. Eles cruzaram por nós faltando apenas 5 Km para a entrada da cidade; pararam; nos deram um iogurte para repor as energias na reta final, e como falam os goianos: “tocamos viagem para acabar de chegar”. Na entrada de Capão da Canoa, nosso primo Paulo de Tarso já nos esperava com sua bicicleta. Tiramos algumas fotos no “pórtico” da cidade e fomos escoltados pelo primo Tarso pelas ruas desta cidade praiana do nosso estado.
Às 14:00 horas em ponto, entramos no portão da casa do meu tio Eni e na história do cicloturismo. 

DADOS DO COMPUTADOR: 

Velocidade Máxima: 43 Km/h.
Odômetro Geral: 2.314.6 Km.
Distância: 66.43 Km.
Tempo: 2 horas 52 minutos 02 segundos
Velocidade Média: 23.2 Km/h. 

CONSIDERAÇÕES   FINAIS: 

Após 2.314.6 (dois mil trezentos e quatorze kilômetros e seiscentos metros), concluímos nossa grande jornada pela metade do nosso país, do Centro-Oeste brasileiro até o Sul em 21 dias, passando por inúmeras situações de dificuldades e de perigo também, mas momentos inesquecíveis como por exemplo: quando se formava uma tempestade monstruosa por entre os morros, a vista que tínhamos era privilegiada; ou quando o sol nos massacrava junto com uma subida interminável e de repente uma nuvem generosa nos dava uma sombra bem fresca; ou até mesmo quando estávamos “no meio do nada”, passando próximos à algum vilarejo e naquele silêncio, naquela paz, escutávamos a voz de algumas crianças gritando ao longe: BRASIL !!!! pois avistavam nossas bandeiras à tremular com o vento, e pulando na pequena varanda de suas casas nos acenavam animadas.
Em todos os lugares por onde passamos, encontramos pessoas de todas as idades, curiosas e entusiasmadas com o que estávamos fazendo, nos perguntavam se não estávamos cansados, se estávamos fazendo algum tipo de promessa ou se éramos loucos...
Foi uma experiência maravilhosa que me trouxe muito aprendizado sobre várias coisas como:
- Organização com materiais, equipamentos e objetos pessoais;
- Cuidado com o próprio corpo e com a bike (pois ela é a extensão do cicloturista);
- Aperfeiçoamento na técnica do pedalar (aproveitando descidas para "ganhar"         subidas);
- Aprendizado na parte de relaxamento “durante” a viagem, (no ato de pedalar);
- Resistência física;
- Humildade. 

           Enfim, fiz uma viagem de bicicleta que exigiu muita coragem, esforço físico, parte emocional, preparação e obstinação em alcançar um objetivo.
Dediquei inicialmente esta grande aventura a três pessoas que amei muito em minha vida e que continuo amando, agora que já não estão mais entre nós:

Meu pai,  Amauri Pedroso Ribeiro;
Meu avô,  Afonso Franco Antunes;
Minha avó,  Almedorina da Silva Antunes. 

Quando cheguei em Capão da Canoa, minha esposa me deu a notícia de que seu tio João, (aquele de Goiânia), havia falecido no dia seguinte em que estivemos naquela cidade. Neste momento, dedico estas linhas ao “seu João”, uma pessoa muito boa e simples.
Agradeço à Deus por ter nos abençoado e nos protegido em todos os momentos; agradeço também à todos parentes e amigos, que direta ou indiretamente tiveram uma parcela de participação ou contribuição, para que conseguíssemos concretizar este sonho. 

Obrigado! 

Júlio César Antunes Ribeiro.
 

(FIM DO DIÁRIO DE BORDO)
 

RESULTADOS DA VIAGEM EM NÚMEROS: 

DADOS DO COMPUTADOR:
 
Velocidade
máxima
registrada
 
Velocidade
média da viagem
Maior
distância (diária)
registrada
 

 

Tempo total

de viagem

(pedalado)

 
odômetro
geral
(total em Km)
 
59. 5 Km/h
 
17. 8 Km/h
 
 
139.28 Km
132 horas
 01 minuto e
07 segundos
 
2.314.6 Km
 
 

GASTOS DA VIAGEM:
 
Hospedagem
 
 
Alimentação
 
Manutenção (bike)
 
Total
 
R$ 600,00
 
 
R$ 350,00
 
R$ 12,00
 
R$ 962,00


(ROTEIRO)

 

KM

 

 

CIDADE

 

KM

 

ESTADO

 
POUSOS/DISTÂNCIAS
 
DATAS

89

Brasília

0

DF
Saída – (00 Km)
03/Jan/2004
Alexânia
30
GO
1º Pouso (89 Km)
03 para 04 Jan
36
Abadiânia
GO
 
04/Jan
Anápolis
53
GO
 
04 Jan

19

Goiânia

GO
2º Pouso (119 Km)
04 para 05 Jan
Aparecida de Goiânia
19
GO
 
05 Jan
34
Hidrolândia
GO
 
05 Jan
Professor Jamil
61
GO
 
05 Jan
86
Morrinhos
GO
3º Pouso (133 Km)
05 para 06 Jan
Itumbiara
08
GO
4º Pouso (86 Km)
06 para 07 Jan
18
Araporã
MG
 
07 Jan
Centralina
93
MG
 
07 Jan
107
Prata
MG
5º Pouso (119 Km)
07 para 08 Jan
Frutal
50
MG
6º Pouso (107 Km)
08 para 09 Jan
24
Fronteira
MG
 
09 Jan
Nova Granada
36
SP
 
09 Jan
44
São José do Rio Preto
SP
7º Pouso (110 Km)
09 para 10 Jan
José Bonifácio
15
SP
 
10 Jan
60
Ubarana
SP
 
10 Jan
Lins
32
SP
8º Pouso (119 Km)
10 para 11 Jan
35
Guaimbê
SP
 
11 Jan
Marília
67
SP
9º Pouso (67 Km)
11 para 12 Jan
25
Ribeirão do Sul
SP
 
12 Jan
Ourinhos
27
SP
 
12 Jan
106
Jacarezinho
PR
10º Pouso (119 Km)
12 para 13 Jan
Venceslau Braz
52
PR
11º Pouso (106 Km)
13 para 14 Jan
71
Jaguariaíva
PR
 
14 Jan
Castro
21
PR
12º Pouso (123 Km)
14 para 15 Jan
14
Carambeí
PR
 
15 Jan
Ponta Grossa
61
PR
13º Pouso (35 Km)
15 para 16 Jan
45
São Luis do Purunã
PR
 
16 Jan
Curitiba
16
PR
14º Pouso (106 Km)
16 para 17 Jan
78
São José dos Pinhais
PR
 
17 Jan
Garuva
35
SC
 
17 Jan
50
Joinville
SC
15º Pouso (129 Km)
17 para 18 Jan
Barra Velha
47
SC
 
18 Jan
52
Balneário Camboriú
SC
16º Pouso (97 Km)
18 para 19 Jan
Biguaçu
22
SC
 
19 Jan
16
Florianópolis
SC
17º Pouso (74 Km)
19 para 20 Jan
São José
77
SC
 
20 Jan
54
Imbituba
SC
18º Pouso (93 Km)
20 para 21 Jan
Tubarão
75
SC
 
21 Jan
64
Araranguá
SC
19º Pouso (129 Km)
21 para 22 Jan
Torres
23
RS
20º Pouso (64 Km)
22 para 23 Jan
19
Arroio do Sal
RS
 
23 Jan
Arroio Teixeira
23
RS
 
23 Jan
 
Capão da Canoa
RS
Chegada - (65 Km)
23/Jan/2004

 
ALGUMAS FOTOS:
 






 

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